quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ele é o cara!

Ontem mais uma vez tive o prazer de bater "uma bolinha" contra o time do craque e amigo Marquinhos Santos. Neste ano Gustavo não pode jogar por causa de uma lesão de joelho, mas o time do alemão teve outros atletas profissionais como Nenê da Chapecoense e Rafael Coelho ex-AVAI por exemplo. Marquinhos é aquele cara de palavra fácil, cara simples esta sempre cercados de seus verdadeiros amigos que fez desde de pequeno em Biguaçu. Mas hoje não poderia de reproduzir o belo texto do gente boa e inteligente Felipe Matos do excelente blog memória avaiana (http://blogmemoriaavaiana.blogspot.com.br). Ele representa muito do que penso sobre o cara!


"Dia desses me vi envolvido numa discussão etílica com alguns amigos sobre o grau de idolatria que se deve cultivar em torno de Marquinhos Santos.

Há quem defenda a tese de que Marquinhos é o maior ídolo da história do Avaí. Alguns, menos amaciados, duvidam do seu grau de santidade, afinal, um ídolo que se preze não foge da balança. 

Outros dizem que cada época possui os seus heróis e que é anacrônico considerá-lo o maior de todos os tempos, afinal, o que seria de Adolfinho, Botafogo, Nizeta, Saulzinho, Cavallazzi, Adílson Heleno e tantos outros craques pretéritos?

Se futebol é um jogo, se os jogos são práticas lúdicas, Marquinhos é o jogador perfeito. Baudrillard disse que “se o jogo tivesse alguma finalidade, o único verdadeiro jogador seria o trapaceiro”. Marquinhos é o craque que conhece as regras do jogo e se aproveita disso. Não faz gol com a mão, mas subverte a ordem, utilizando-a a seu favor.

O jeito como corre em campo é um belo exemplo. Marquinhos corre como quem quer ser atropelado, arrancando faltas perigosas e cartões para os adversários. Quando a chuva encharca o gramado, Marquinhos subverte as leis da física e utiliza a água a seu favor, ao contrário dos demais, que são Alain Prost em pista molhada.

Desempenha seu trabalho com uma naturalidade animalesca, instintiva. Os adversários são como a casca que represa momentaneamente o sumo de uma laranja. O segredo para se apreciar seu talento está em desviar o olhar do fim e deliciar-se com o espetáculo da retirada do invólucro. Pode utilizar tanto a precisão de um cirurgião ou, sem sutileza alguma, descascá-la a mordidas, cuspindo o bagaço sem vestígios de piedade, a despertar nos adversários seus instintos mais primitivos.

A la Neném Prancha, eu diria que Marquinhos joga bola como quem chupa laranja. Nada pode ser mais lúdico do que isto. Pela técnica, pela eficiência, pela ênfase à criação, ao inusitado, ao imprevisto, pela apropriação das regras, o futebol de Marquinhos Santos é o espelho da vida. Não é o herói sem nenhum caráter, ao contrário, é o herói com todos os caracteres, escolhendo o que mais for conveniente para cada ocasião.

Quanto a sua idolatria? Publique-se. Registre-se. Faça-se cumprir!"

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